SAPINDACEAE

Dilodendron bipinnatum Radlk.

Como citar:

Daniel Maurenza de Oliveira; Tainan Messina. 2012. Dilodendron bipinnatum (SAPINDACEAE). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

1.961.396,502 Km2

AOO:

204,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

Na América do Sul ocorre no Brasil, Peru, Bolívia e norte do Paraguai (Somner et al., 2009). No Brasil ocorre nos estados de Tocantins, Acre, Bahia, Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro (Somner et al., 2012). Apresentando distribuição também para o Distrito Federal e Alagoas (CNCFlora, 2011)Dispersão ampla, mas descontínua com uma baixa frequência (Lorenzi, 2002).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Daniel Maurenza de Oliveira
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>D. bipinnatum</i> é uma arbórea com representatividade pelo Cerrado, Mata Atlântica e Amazônia. A espécie é dispersa por aves, um fator que permite as sementes germinarem em áreas distantes da planta-mãe, diminuindo o risco de extinção de <i>D. bipinnatum</i>.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita originalmente em Sitzungsber. Math.-Phys. Cl. Königl. Bayer. Akad. Wiss. München 8: 357 1878. A espécie é conhecida vulgarmente por maria-pobre, farinha-seca, mamona-pobre, correiro, pau-pobre, puta-pobre (Gentry; Steyermark, 1987; Lorenzi, 200; Somner et al., 2009). Caracterizada por apresentar um conjunto de folhas com dentes convexos e visivelmente ciliados, folhas pinadas opostas, parte inferior das nervuras central e lateral possuindo tricomas espalhados, flores normalmente com pétalas bem desenvolvidas, lobulo do cálice arredondado na porção apical (Gentry; Steyermark, 1987).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes: ​Em estudo químico realizado com a espécie foi observada ação moderada de extratos de folhas e ramos contra Candida albicans Berkout e ação antimicrobiana alta dos extratos de galhos contra Micrococcus luteus Schroeter (Santos et al., 2010).

População:

Flutuação extrema: Sim
Detalhes: Em estudos realizados em uma área de 1 ha amostrado de Floresta Estacional sobre afloramento calcário no município de São Domingos (GO), a representatividade da espécie foi de 20 indivíduos (VI = 8,86) e 105 indíviduos (VI= 26,61) com DAP > 5 cm (Silva; Scariot, 2003; Silva; Scariot, 2004). Em estudo realizado em um remanescente de Floresta Estacional Decidual em Monte Alegre (GO) com área amostrada de 1 ha, a espécie foi a quinta em valor de importância (VI = 15,87), sendo amostrados cerca de 19 indivíduos variando de 10 a 50 cm de DAP (Nascimento et al., 2004). Em uma área de 1,125 ha amostrada de Floresta Ripária as margens do Rio São Francisco no município de Três Marias (MG), a representatividade total da espécie foi de 87 indivíduos (VI = 17,64) com DAS = 5 cm, possuindo variações no número de indíviduos de acordo com o tipo de solo (Carvalho et al., 2005). Em estudo em área de cerrado na Fazenda Experimental da Universidade de Mato Grosso com área amostrada de 2,7 ha, a representatividade da espécie foi de 2 indivíduos (VI = 2,61) (Borges; Shepherd, 2005). No município de Iaciara (GO), uma área amostrada de 1 ha de uma mancha de Floresta Estacional decidual sobre afloramento de cálcario a espécie foi a primeira em valor de importância (VI = 34,53) sendo amostrados 113 indíviduos com DAP > 5 cm (Felfili et al., 2007). Em estudo realizado em área de cerrado com amostragem de 1 ha na Floresta Nacional de Paraopeba (MG), a representatividade da espécie foi de 26 indíviduos (VI=3,28) com CAS > 10 cm (Neri, 2007). Estudo realizado em 31 áreas de capão no Pantanal (MS), a representatividade da espécie foi de 21 indíviduos (VI=11,42) com CAP > 10 cm (Frison, 2007).

Ecologia:

Biomas: Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado
Fitofisionomia: Ocorre com menor frequência no interior da mata mesófita, sendo mais frequente em áreas de estágios de sucessão secundária (Lorenzi, 2002; Somner et al, 2009).
Habitats: 1.8 Subtropical/Tropical Swamp
Detalhes: Espécie arbórea com 5 a 20 m de altura, dióica, floração ocorrendo de Maio a Junho, apresentando visita de abelhas; frutificação ocorrendo de Setembro a Novembro com dispersão de semente por aves, ocorre em áreas de mata mesófita e com maior frequência em áreas de sucessão secundária (Lorenzi, 2002; Somner et al., 2009).

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
​A espécie ocorre com relativa frequência em áreas de Floresta Estacional decidual sobre afloramentos calcários na região de São Domingos, Goiás, essas áreas ainda vem sofrendo com práticas de manejo, como o uso do fogo para a formação de pastagens e expansão da fronteira agrícola. Além disso, a extração de cálcario na região também tem distruido essas vegetações (Silva; Scariot, 2004).

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
​Vulnerável (VU). Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Ações de conservação (2):

Uso Proveniência Recurso
Energia e Combustíveis
​A madeira é utilizada regionalmente apenas para lenha e as sementes apresentam oléo combustível (Lorenzi, 2002).
Uso Proveniência Recurso
Ornamental
​Espécie com boa copa, dando ampla área sombreada sendo utilizada para paisagismo (Lorenzi, 2002).